Após apontar as diretrizes para
se promover o desenvolvimento econômico de Arujá, cabe agora delinear um plano
geral para coordenar este avanço, principalmente ante a grande oportunidade que
o município detém frente a chegada dos dois trechos do Rodoanel (Norte e Leste)
e, concomitantemente, a ameaça de outras cidades, dentro deste mesmo contexto,
de lograrem maiores investimentos empresariais e/ou fluxo turístico.
Como ponto de partida,
cabe saber: quais são, em linhas gerais, os pontos fortes e fracos de Arujá?
Em relação aos pontos fortes, destacam-se:
privilegiada localização geográfica (proximidade com os grandes centros urbanos,
no meio do caminho entre o Aeroporto de Guarulhos e o Porto de Santos, às margens da Rodovia
Dutra, com fácil acesso às principais rodovias estaduais e federais), exuberância
de sua natureza (tendo-se uma área rica em mananciais), Polo Industrial, Infraestrutura
e Transporte adequados, Condomínios de Luxo, Serviços e Comércios convenientes
(os quais serão fortalecidos com a construção do Shopping Arujá Garden, o
Complexo JM 600 e Centro Empresarial Lavorare), maior IDH, crescimento
econômico e rendimento médio da região do Alto Tietê.
No tocante aos pontos fracos, têm-se:
Capital Humano, ausência de um ambiente empreendedor mais intenso (não obstante
os esforços implementados pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico), inexistência
de política de atração de novas empresas e incentivos para expansão das já
instaladas, não exploração do potencial agroecoturístico, poucas opções de
lazer (principalmente aos jovens).
Sob tal perspectiva, a chave para
o desenvolvimento econômico está na maximização das potencialidades da cidade,
reduzindo-se as fraquezas internas, visando explorar as oportunidades e impor
barreiras às ameaças externas.
A importância logística da
cidade, como dito anteriormente, favorece o transporte de mercadorias, porém a
qualificação da mão-de-obra pode ser um agravante, dado o custo de se empregar
trabalhadores de cidades mais afastadas. Nesta linha, o investimento na
capacitação profissional é extremamente necessário. Devem-se destacar os avanços
com a implantação do SENAI, ETEC, Faculdade de Arujá, etc., porém, ainda há a
necessidade de ações que deem maior suporte aos estudantes da cidade e que
promovam uma aproximação entre a rede de ensino técnico e acadêmico com o empresariado
local. Por exemplo: como dito no post anterior, o motor da economia arujaense é a
indústria, que depende de tecnologia. Por que não criar mecanismos para que
este segmento estabeleça parceria com as escolas técnicas visando obter
inovações nos processos produtivos e qualificação do capital humano?
Certamente, os ganhos seriam muito importantes para se garantir a
competitividade e sua permanência na cidade.
Outra medida relevante consiste
na adoção de uma política de atração de novas empresas e incentivos para a
expansão das já instaladas, oferecendo-se reduções de IPTU e/ou alíquotas do
ISS, dependendo-se do grau de importância para a cadeia produtiva local ou da
densidade de empregos gerados.
O sustentáculo deste
processo consiste também na criação, fortalecimento e difusão de uma cultura
empreendedora mais intensa. Hoje, a prefeitura tem lançado projetos nesta
direção, como a Sala do Empreendedor. Porém, ainda há a necessidade de
maior divulgação dos benefícios e apoios que o empreendedor detém como, por
exemplo, a concessão de empréstimos, através do Banco do Povo, com taxas de
juros reduzidas e prazos maiores. Talvez, a descentralização seja um caminho
interessante para tal, como a criação da Galeria do Empreendedor em São José
dos Campos, que conta com a consultoria do SEBRAE aos comércios de bairros distantes do centro.
Nesta linha, poder-se-ia
implantar a Feira do Jovem Empreendedor, com foco nos alunos do Ensino Médio,
para apresentação de projetos em conjunto com as empresas locais, além de um centro para incubadoras, em parceria com a Faculdade de Arujá.
Em síntese, o
governo torna-se um agente canalizador para a concretização do potencial dos
empreendedores da cidade, sempre atento às necessidades dos negócios locais.
Por fim, lança-se mão de uma
Política de Turismo e Lazer para aproveitar o potencial agroecoturístico em
duas medidas, a saber: construção de um Parque Municipal e fomento para criação
de pousadas e hotéis-fazenda, promovendo-se melhorias também nos já existentes,
para a realização do turismo ecológico (trilhas, cachoeiras, etc.). Com isto, ter-se-ia,
por exemplo, uma forte ligação entre a Rede Hoteleira, Pesqueiros, Campo de Golfe, Restaurantes,
Clubes de Lazer e Feira de Artesanato, gerando-se maior renda para a população.
Caio Araújo é Economista, Sócio da Consultoria Grupo Meu Negócio. Morador de Arujá, SP.