Como descrito na primeira postagem, Arujá vive um momento ímpar ao se tornar alvo de grandes investimentos empresariais, sobretudo após a construção dos trechos Norte e Leste do Rodoanel. Com isto, a tendência é que o município tenha um crescimento expressivo de sua população, renda, consumo, etc. nos próximos anos. Mas, como a prefeitura pode, sob tal perspectiva, induzir os fatores para gerar benefícios locais e, no longo prazo, quebrar com o título de cidade-dormitório?
Tal caminho está, em linhas gerais, em reter, assistir e fortalecer as empresas de segundo estágio (que são aquelas que superaram a fase de inicialização, porém não cresceram até a maturidade, dada a falta de estrutura interna) criando-se, concomitantemente, um ambiente favorável para as micro e pequenas empresas, tendo-se aproximação direta com os empreendedores. Deste modo, o governo torna-se aliado para suprimir os gargalos enfrentados para o crescimento das companhias locais que são de grande importância para a geração de emprego.
Isto não se traduz em cortes de impostos, mas sim em uma estratégia que conjuga a capacitação do capital humano e disponibilização de ferramentas de inteligência de mercado, como por exemplo: sistema de informação geográfica, estatísticas da população, renda, mercado e demais análises sociais que tracem uma representação visual da cidade e região, suas características, inclusive por bairros ( o que não existe hoje).
Em outras palavras, o plano consiste, em primeira instância, ter-se uma imagem clara do que está ocorrendo na economia arujaense, detectando-se quais são os setores, as empresas-chaves, de grande potencial, inclusive para a geração de empregos à cidade. O passo seguinte se dá em compreender quais são as barreiras que impedem sua expansão e real concretização de tal potencialidade (gargalos na infraestrutura, capacitação profissional, instabilidade política, etc) e o que pode ser feito para neutralizar seus efeitos. Outrossim, parte-se para a construção de um sistema de informações para os negócios locais, visando, sobretudo, lançar as bases e perspectivas para o fortalecimento dos empreendedores.
Criado tal ambiente de negócios, no longo prazo, as empresas denominadas de segundo estágio passarão para a fase de maturidade, os pequenos negócios seguirão para a segunda fase e oportunidades para novos empreendedores sempre surgirão. Ou seja, configura-se um reequilíbrio da economia.
Este programa de desenvolvimento denomina-se Economic Gardening. Foi implantado, inicialmente, na cidade de Littleton, no estado do Colorado, Estados Unidos, em 1987. Após 20 anos, a base de empregos dobrou-se de 15.000 para 30.000 e a arrecadação de impostos sobre o varejo triplicou de U$$ 6 milhões para US$ 18 milhões, haja vista a intensidade agregada ao comércio local.
A implantação deste plano em Arujá, com os devidos ajustes ao longo da trajetória, impulsionaria e daria maior corpo ao empresariado, fortalecendo, inclusive o comércio local. Nesta linha, a prefeitura poderia implementar outras vias como, por exemplo, a construção de um Parque Municipal na cidade, incentivando, assim, o turismo na cidade-natureza, que, talvez, ainda não saiba explorar o marketing de tal título.
Caio Araújo é Economista, Sócio da Consultoria Grupo Meu Negócio. Morador de Arujá, SP.
Caio Araújo é Economista, Sócio da Consultoria Grupo Meu Negócio. Morador de Arujá, SP.
Fonte: CAGED - Ministério do Trabalho
O gráfico acima (clique na imagem) aponta a evolução da geração de empregos, em Arujá, por setores. Comércio e Serviços são responsáveis por 53,7% dos empregos em 2014 (janeiro a junho), enquanto a Indústria de Transformação corresponde por 38,8%. Já é bom indicativo para se analisar a dinâmica do emprego na cidade e criar, por exemplo, um plano para capacitação profissional, por exemplo, alinhado com os segmentos de maior potencial.
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