A
alcunha de “Cidade Natureza” conferida a Arujá tem uma conotação histórica, por
conta da disseminação da cultura japonesa de preservação ao meio ambiente, mas
também aponta (querendo ou não) seu posicionamento estratégico, o qual foi
balizador, por exemplo, para sua divisão territorial.
Com
uma rica área de manancial de mais 49 km², composta por fauna e flora
exuberantes, o município vem cumprindo seu papel na defesa da natureza, porém
não se atinou para o alto potencial que esta faixa territorial detém,
sobretudo, no que tange ao Turismo Rural e Ecológico (Agroecoturismo), Turismo
de Aventura e Turismo Cultural, que são totalmente compatíveis com a Lei de
Proteção de Áreas de Manancial e possuem alta demanda dos grandes
centros urbanos (os quais Arujá possui proximidade e fácil acesso).
Em seu estudo, Turismo
e Lazer em Áreas Periurbanas de Proteção de Mananciais: território, paisagem e multifuncionalidade,
FRANCA et al. (2009, p.01) afirma que “o turismo no meio rural (...) constitui-se
numa forma de valorização do território, pois ao mesmo tempo em que depende da gestão
do espaço local e rural para o seu sucesso, contribui para a proteção do
ambiente e para a conservação do patrimônio natural, histórico e cultural do
meio rural.”
Nesta
ótica, têm-se as atividades, a saber: os parques naturais, spas rurais, caminhadas,
visitas a museus, igrejas, monumentos, construções históricas, paisagens
cênicas e a ambientes naturais, a gastronomia local, hotéis-fazenda,
fazendas-hotel, esportes ligados à natureza, segundas residências, condomínios
rurais de segunda moradia, etc (FRANCA et al, 2009).
Em
síntese, esta política de turismo torna-se “um instrumento de estímulo à gestão
e ao uso sustentável do espaço local, que deve beneficiar, prioritariamente, a
população local direta e indiretamente” FRANCA et al. (2009, p.01).
O
fluxo turístico e cultural fortaleceria o comércio e os serviços locais como,
por exemplo, o projeto Circuito Gastronômico e artesanato, criando-se também alternativas
para a inserção de atividades ligadas a economia criativa, gerando-se renda e
mais empregos para a população arujaense.
Entretanto,
deve-se destacar que a inserção desta política precisa ser alicerçada em um Planejamento
Turístico, o qual realize a integração com as outras atividades do meio rural.
Urge
a necessidade de Arujá ter um Plano Diretor de Turismo, pois o fato da cidade natureza não ter sequer um parque, por exemplo, talvez, aponte para uma falha no "direcionamento estratégico".
Caio Araújo é Economista, Sócio da Consultoria Grupo Meu Negócio. Morador de Arujá, SP.
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Cachoeira de Ouro Fino - Arujá. Crédito: Patrícia Mamoni |
Boa tarde! Meu nome é Karina Mello e sou estudante de Lazer e Turismo na Universidade de São Paulo, por coincidência estou fazendo uma pesquisa sobre o planejamento estratégico das cidades de Arujá e Santa Isabel. Você saberia me informar onde posso encontrar dados referentes a arrecadação econômica da atividade turística nessas cidades?
ResponderExcluirKarina Mello, infelizmente, não há divulgação destes dados por parte dos municípios de Arujá e Santa Isabel. Acredito que não há a mensuração, pois a atividade turística ainda não é muito expressiva, principalmente na cidade de Arujá.
ExcluirSugiro que você estime os valores econômicos arrecadados para tais municípios a partir do resultado auferido na Região Metropolitana de São Paulo (ou cidade com características semelhantes), aplicando tal percentual na arrecadação de Arujá e Santa Isabel.
O banco de dados da Fundação SEADE pode auxiliá-la.:http://produtos.seade.gov.br/produtos/imp/index.php?page=consulta&action=new&tema=1&tabs=1&aba=tabela1&origem=pesquisa_basica
Espero ter ajudado-a. Abraço