terça-feira, 14 de abril de 2015

Turismo na Cidade Natureza: Potencial Não Utilizado.

A alcunha de “Cidade Natureza” conferida a Arujá tem uma conotação histórica, por conta da disseminação da cultura japonesa de preservação ao meio ambiente, mas também aponta (querendo ou não) seu posicionamento estratégico, o qual foi balizador, por exemplo, para sua divisão territorial.
Com uma rica área de manancial de mais 49 km², composta por fauna e flora exuberantes, o município vem cumprindo seu papel na defesa da natureza, porém não se atinou para o alto potencial que esta faixa territorial detém, sobretudo, no que tange ao Turismo Rural e Ecológico (Agroecoturismo), Turismo de Aventura e Turismo Cultural, que são totalmente compatíveis com a Lei de Proteção de Áreas de Manancial e possuem alta demanda dos grandes centros urbanos (os quais Arujá possui proximidade e fácil acesso).
 Em seu estudo, Turismo e Lazer em Áreas Periurbanas de Proteção de Mananciais: território, paisagem e multifuncionalidade, FRANCA et al. (2009, p.01) afirma que “o turismo no meio rural (...) constitui-se numa forma de valorização do território, pois ao mesmo tempo em que depende da gestão do espaço local e rural para o seu sucesso, contribui para a proteção do ambiente e para a conservação do patrimônio natural, histórico e cultural do meio rural.”
Nesta ótica, têm-se as atividades, a saber: os parques naturais, spas rurais, caminhadas, visitas a museus, igrejas, monumentos, construções históricas, paisagens cênicas e a ambientes naturais, a gastronomia local, hotéis-fazenda, fazendas-hotel, esportes ligados à natureza, segundas residências, condomínios rurais de segunda moradia, etc (FRANCA et al, 2009).
Em síntese, esta política de turismo torna-se “um instrumento de estímulo à gestão e ao uso sustentável do espaço local, que deve beneficiar, prioritariamente, a população local direta e indiretamente” FRANCA et al. (2009, p.01).
O fluxo turístico e cultural fortaleceria o comércio e os serviços locais como, por exemplo, o projeto Circuito Gastronômico e artesanato, criando-se também alternativas para a inserção de atividades ligadas a economia criativa, gerando-se renda e mais empregos para a população arujaense.

Entretanto, deve-se destacar que a inserção desta política precisa ser alicerçada em um Planejamento Turístico, o qual realize a integração com as outras atividades do meio rural. 
Urge a necessidade de Arujá ter um Plano Diretor de Turismo, pois o fato da cidade natureza não ter sequer um parque, por exemplo, talvez, aponte para uma falha no "direcionamento estratégico". 


Caio Araújo é Economista, Sócio da Consultoria Grupo Meu Negócio. Morador de Arujá, SP.

Cachoeira de Ouro Fino - Arujá. Crédito: Patrícia Mamoni

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