quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Sugestões para o Plano de Desenvolvimento

Após apontar as diretrizes para se promover o desenvolvimento econômico de Arujá, cabe agora delinear um plano geral para coordenar este avanço, principalmente ante a grande oportunidade que o município detém frente a chegada dos dois trechos do Rodoanel (Norte e Leste) e, concomitantemente, a ameaça de outras cidades, dentro deste mesmo contexto, de lograrem maiores investimentos empresariais e/ou fluxo turístico.
Como ponto de partida, cabe saber: quais são, em linhas gerais, os pontos fortes e fracos de Arujá?
Em relação aos pontos fortes, destacam-se: privilegiada localização geográfica (proximidade com os grandes centros urbanos, no meio do caminho entre o Aeroporto de Guarulhos e o Porto de Santos, às margens da Rodovia Dutra, com fácil acesso às principais rodovias estaduais e federais), exuberância de sua natureza (tendo-se uma área rica em mananciais), Polo Industrial, Infraestrutura e Transporte adequados, Condomínios de Luxo, Serviços e Comércios convenientes (os quais serão fortalecidos com a construção do Shopping Arujá Garden, o Complexo JM 600 e Centro Empresarial Lavorare), maior IDH, crescimento econômico e rendimento médio da região do Alto Tietê.
No tocante aos pontos fracos, têm-se: Capital Humano, ausência de um ambiente empreendedor mais intenso (não obstante os esforços implementados pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico), inexistência de política de atração de novas empresas e incentivos para expansão das já instaladas, não exploração do potencial agroecoturístico, poucas opções de lazer (principalmente aos jovens).
Sob tal perspectiva, a chave para o desenvolvimento econômico está na maximização das potencialidades da cidade, reduzindo-se as fraquezas internas, visando explorar as oportunidades e impor barreiras às ameaças externas.
A importância logística da cidade, como dito anteriormente, favorece o transporte de mercadorias, porém a qualificação da mão-de-obra pode ser um agravante, dado o custo de se empregar trabalhadores de cidades mais afastadas. Nesta linha, o investimento na capacitação profissional é extremamente necessário. Devem-se destacar os avanços com a implantação do SENAI, ETEC, Faculdade de Arujá, etc., porém, ainda há a necessidade de ações que deem maior suporte aos estudantes da cidade e que promovam uma aproximação entre a rede de ensino técnico e acadêmico com o empresariado local. Por exemplo: como dito no post anterior, o motor da economia arujaense é a indústria, que depende de tecnologia. Por que não criar mecanismos para que este segmento estabeleça parceria com as escolas técnicas visando obter inovações nos processos produtivos e qualificação do capital humano? Certamente, os ganhos seriam muito importantes para se garantir a competitividade e sua permanência na cidade.
Outra medida relevante consiste na adoção de uma política de atração de novas empresas e incentivos para a expansão das já instaladas, oferecendo-se reduções de IPTU e/ou alíquotas do ISS, dependendo-se do grau de importância para a cadeia produtiva local ou da densidade de empregos gerados.
O sustentáculo deste processo consiste também na criação, fortalecimento e difusão de uma cultura empreendedora mais intensa. Hoje, a prefeitura tem lançado projetos nesta direção, como a Sala do Empreendedor. Porém, ainda há a necessidade de maior divulgação dos benefícios e apoios que o empreendedor detém como, por exemplo, a concessão de empréstimos, através do Banco do Povo, com taxas de juros reduzidas e prazos maiores. Talvez, a descentralização seja um caminho interessante para tal, como a criação da Galeria do Empreendedor em São José dos Campos, que conta com a consultoria do SEBRAE aos comércios de bairros distantes do centro.
Nesta linha, poder-se-ia implantar a Feira do Jovem Empreendedor, com foco nos alunos do Ensino Médio, para apresentação de projetos em conjunto com as empresas locais, além de um centro para incubadoras, em parceria com a Faculdade de Arujá.
Em síntese, o governo torna-se um agente canalizador para a concretização do potencial dos empreendedores da cidade, sempre atento às necessidades dos negócios locais.
Por fim, lança-se mão de uma Política de Turismo e Lazer para aproveitar o potencial agroecoturístico em duas medidas, a saber: construção de um Parque Municipal e fomento para criação de pousadas e hotéis-fazenda, promovendo-se melhorias também nos já existentes, para a realização do turismo ecológico (trilhas, cachoeiras, etc.). Com isto, ter-se-ia, por exemplo, uma forte ligação entre a Rede Hoteleira, Pesqueiros, Campo de Golfe, Restaurantes, Clubes de Lazer e Feira de Artesanato, gerando-se maior renda para a população.


Caio Araújo é Economista, Sócio da Consultoria Grupo Meu Negócio. Morador de Arujá, SP.


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